Do motu proprio "Doctoris Angelici" de São Pio X:

"Nenhum Concílio celebrado posteriormente à santa morte deste Doutor, deixou de utilizar sua doutrina. A experiência de tantos séculos põe de manifesto a verdade do que afirmava Nosso Predecessor João XXII: «(Santo Tomás) deu mais luz à Igreja que todos os demais Doutores: com seus livros um homem aproveita mais em um ano, que com a doutrina dos outros em toda sua vida» "(Alocução no Consistório, 1318.)

DA "LECTURA SUPER MATTHAEUM" DE SANTO DE TOMÁS DE AQUINO:

Comentando sobre a Grande Aflição que haverá no mundo durante o período em que a "Abominação da Desolação" estiver ocupando o Lugar Santo, escreve o Angélico:

"Em seguida, haverá uma grande tribulação, porque o ensino cristão será pervertido por um falso ensino. E se esses dias não tivessem sido abreviados, ou seja, através do ensino da doutrina, da verdadeira doutrina, ninguém poderia ser salvo, o que significa que todos seriam convertidos à falsa doutrina."
[Comentário de Santo Tomás de Aquino ao Evangelho de São Mateus - Cap.24,22 - notas de Pierre d'Andria (1256-1259),(630 pags.) Tradução ao francês por Professor Jacques Ménard e Madame Dominique Pillet (2005).]

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

SOBRE A MARCA DA BESTA PELO PADRE LACUNZA


Tomado de Radio Cristandade

Tradução de Rodrigo Santana

Que nos sirva esta consideração do Padre Lacunza sobre a marca da besta, para que não tenhamos idéais díspares que nos impeçam de ver a realidade, e pior ainda; esperando com a fantasia da imaginação, que se produzam e realizem para começar a perceber, quando já tenha passado muita água debaixo da ponte.

Não há que se esquecer ademais, que devemos ter presente que a marca é produzida (a realiza ou imprime) pelo Anticristo religioso, que tem nome próprio: o Pseudo-Profeta, a segunda besta (ou melhor, pelo furor de seu poder religioso) que sai da terra, e não da primeira besta (ou fera pelo furor de seu poder político), o Anticristo político, que sai do mar e tem sete cabeças (que expressa uma coalizão política internacional mundial). Pelo qual, esta marca é em primeiro lugar de caráter religioso, e não de ordem ou caráter político, como muitos inadvertidamente creem e pensam.

Lamentavelmente, a atenção tem sido desviada imperceptivelmente, fixando-se mais na primeira besta que sai do mar, o Anticristo político (com toda a fantasia de um quase Napoleão hebraico), do que na segunda besta que sai do abismo do infernal da terra, com dois chifres semelhantes aos de um cordeiro (imitação de Cristo), com a imagem (fachada), o poder e a autoridade de Cristo, mas que fala como o Dragão (a língua bifurcada da serpente, mas com patas, pois é o dragão) que com sua longa, rastejante, sinuosa e sedutora cauda, é das duas bestas, a mais perigosa e mortífera para as almas. Como é hoje o Novo Catolicismo "democrático, humanitário, progressista", tal como o denomina o Padre Castellani (Os Documentos de Benjamin Benavides, ed. Dictio 1978, Bs.As. p, 256), o qual vem a ser como uma paródia da Santíssima Trindade com a sua trilogia da Liberdade, Progresso e Democracia, ou se quiserem, de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, pois o mundo moderno tem nisto o objeto de sua idolatria científico-técnica.

Roma, torna-se assim a cabeça da Nova Religião Modernista, convertendo-se na Roma apóstata, sede do Anticristo (religioso), como profetizou Nossa Senhora de La Salette. A Nova Igreja Pós-conciliar, desde sua capital Roma apóstata, arrasta os fiéis para a Apostasia Universal. Trata-se da Nova Religião democrática antropoteísta do Humanismo Integral.

"... parecerá sem dúvida visível e evidente a quaisquer que quiserem vê-lo, que o caráter, o nome ou identificação de que fala a profecia, não pode significar outra coisa, óbvia e naturalmente que uma profissão pública e descarada daquele ABRENUNTIO (renunciar ao), ou fazer profissão de renegado que parece o caráter, ou o espírito, ou o distintivo próprio de toda besta. Assim o tomar este caráter, não será outra coisa, que tomar o partido pela liberdade, um solvere Jesum, público e manifeto; uma apostasia formal da profissão de fé cristã professada anteriormente. Diz-se que este caráter o levará na face ou nas mãos, para denotar publicidade e descaro, com que se professará já então o cristianismo; pois a face e as mãos são as partes mais públicas do homem, e ao mesmo tempo são ainda dois símbolos propícios, o primeiro do modo de pensar, o segundo do modo de obrar. Desatados de Jesus, como desatados da verdade e sabedoria eterna, não há dúvida que ficarão a face e as mãos, isto é, pensamentos e operações, numa suma liberdade, mas liberdade não já de racionais, senão de brutos, (...)

Diz-se que não poderão comprar ou vender os que não levem este caráter, para denotar o estado lastimável de desprezo, de escárnio, de ódio, de abandono no qual ficarão os que quiserem conservar intacta sua fé; e também para denotar a terrível tentação e o sumo perigo que será para eles este desprezo, escárnio, ódio e abandono, vendo-se excomungados de toda linhagem humana. O próprio Jesus Cristo, nos assegura em particular que naqueles tempos de tribulação, mesmo os parentes e as pessoas da própria casa serão os maiores inimigos dos que quiserem ser fiéis à Deus (...)

Diz-se enfim, que a segunda besta com dois chifres, e não a primeira, será a causa imediata da grande tribulação (...). Do qual se inferem duas boas consequências. Primeira, que assim como a besta de dois chifres é toda metafórica, como é a primeira; assim o caráter desta, o ato de tomar este caráter e de levá-lo na testa e nas mãos, são expressões puramente metafóricas, que só podem ser verdadeiras per similitudinem, non per proprietatem. A segunda coisa que se infere, é que o tomar e levar publicamente este caráter, deve ser um ato livre e voluntário, não forçado. A razão é porque o poder desta besta não pode consistir em outra coisa do que nas suas armas: e essas armas que são de cordeiro, isto é, seus chifres, as de dragão, milagres, etc, não são a propósito para obrigar por força e violência, senão para mover e persuadir com suavidade. Em suma, o que nos é dito por todas essas semelhanças, não parece outra coisa senão que a segunda besta terá a maior parte e a máxima culpa na perdição dos cristãos. Ela será a causa imediata, com suas obras iníquas e suas palavras sedutoras, de que os cristãos entrem na moda e se acomodema ao gosto do século, rompendo aquela corda da Fé que os tinha atados com Jesus, e declarando-se pelo Anticristo."

(A Vinda do Messias na Glória e Majestade - La Venida del Mesías en Gloria y Majestad, Lacunza. Paris, 1825 p.254, 255, 256, 257.)

P. Basilio Méramo

Bogotá, Fevereiro 17 de 2012